Sedielos está situada no limite ocidental do município, a cerca de 12 Km da cidade. Sedielos condensa uma mistura heterogénea de paisagens, aqui e ali quebradas pelas povoações. A origem da palavra “Sedeelos” deriva provavelmente da expressão latina “setanellu”, podendo referir-se a uma espécie de nespereira, certa variedade de alho ou cebola silvestre, abundantes em Sedielos na época em que o povoado se formou.
Freguesia populosa e de grande fertilidade, a sua área é a maior do concelho. Nos seus limites fica a maior culminânia das terras de Peso da Régua, a Fraga da Ermida, já em pleno Marão, onde há quarenta anos ainda a águia real fazia o seu ninho. É também na encosta da Serra do Marão que se situam muitas das povoações da freguesia de Sedielos, cujos lugares principais são: Águas Santas, Carvalho, Passos, Igreja, Alderete, Sete Fontes, Sobre a Fonte, Sá, Ferraria, Sermanha, Outeiro e Amial.
No lugar do Carvalho verifica-se um relevo diferente ( planalto extenso) de todas as outras povoações do concelho. Só a parte alta de S. Leonardo de Galafura se lhe assemelha. O lugar do Carvalho está considerado como o melhor situado em toda a a freguesia. Tem um horizonte lindíssimo e um aglomerado de casas semelhante a uma pequena vila, donde se descortinam todos os outros povoados de Sedielos. "Quem subir pelo lugar de Passos" escreve Bandeira de Toró encontrar-se-à num planalto verdejante, onde sentirá a diferença da natureza do solo, que parece conjuntar a sua rústica vegetação, sob uma atmosfera sadia e alegre. Do lado esquerdo, em pleno Marão, nasce a ribeira de Cajados, que vai desaguar no Rio Sermanha, junto á Ponte Cavalar. Esta ponte liga a freguesia de Vila Marim, do concelho de Mesão Frio, com as freguesias de Moura Morta e de Sedielos, ficando num ângulo entre a ribeira de Cajados e o rio Sermanha. Um braço dessa ribeira, tal como um fio cristalino de prata, vai juntar-se às virtuosas águas de S. Tiago (as chamadas Águas Santas) de que se contam muitas curas milagrosas por imersão. A sua exploração todavia encontra-se atualmente paralisada, por falta de iniciativa, parecendo-nos até que não foram analisadas." Hoje, muitas décadas depois destas palavras terem sido escritas, pode-se absolutamente garantir que Águas Santas possui uma água de mesa de elevada qualidade.
É de povoamento muito recuado o território desta freguesia como se vê da sua toponímia, para já não falar das condições de defesa e guarida que parte da sua área dava às populações das longínquas épocas castrejas. O topónimo principal, através da sua forma do século XIII, "Sedeelos" , reflete claramente um diminutivo plural de qualquer nome comum do léxico pré-histórico português; pelo dito diminutivo e pela mesma forma forma arcaica, o seu étimo parece radicar na forma latina "setanellu", sendo, se assim for, um topónimo de sentido vegetal, quer se refira a uma espécie de nespereira quer a certa variedade de alho ou cebola silvestre, aí proliferantes na remota época da denominação do local. Não surpreenderá a existência de "villas" neste espaço; e , assim Alderete parece o mesmo que "Alderedi villa" cujo possessor seria um germãnico de nome "Alderedus". O mesmo se poderá dizer do vizinho lugar de Sá, um dos nomes de origem germânica mais divulgados entre nós (Sala).
A história mediévica desta freguesia é importante sob o ponto de vista municipal e senhorial. Na antiga zona comum a Sedielos e Fontes, freguesia de Santa Marta de Penaguião (lembre-se que Vinhós pertenceu a Sedielos até 1933), teve haveres o grande Egas Moniz que os obteve de um tal Múnio Peres, em 1136, pela importante quantia de 300 maravedis. Em 1205, D. Sancho I, repovoando as terras de Penaguião organizou um pequeno munícipio rudimentar em que o território aforado era bastante extenso, de uma e outra parte do Sermanha, embora os historiadores ainda não tenham conseguido fazer a identificação exata de todas as terras que o compunham. Repare-se que, ainda em 1933, os limites setentrionais da freguesia de Sedielos eram os atribuídos, nesta parte, ao município rudimentar de Fontes-Tabuadelo-Crastelo: "dividit...cum Tavoadela de Jusao et cum Vinios (Vinhós) et cum Ferreirea (Ferraria) et cum Ermita (Ermida)".
O topónimo Ermida conduz-nos diretamente ás inquisições de 1258 que fazem referência a uma ermida de S. Cristovão nesta freguesia que, segundo um jurado "a villa dessa ermida foi reguenga e a rainha D. Aldonça, mãe deste rei a deu a esse ermida". Trata-se de D. Dulce, a mulher de D. Sancho I, o aflorador local. Em 9 de Outubro de 1199, em plena discórdia bélica luso-leonesa, este rei doou uma herdade em Sedielos "tibi Roderico Menendi", pelos serviços por aquele prestados em Celorico de Basto. Já em Fevereiro de 1197, D. Sancho I, atendendo aos bons serviços que lhe haviam feito D. Fernando e seu neto Fernão Gomes, doa-lhes "illam medietatem quam nos habemus in Sedeellus". Como se nota D. Sancho ocupou-se sempre bastante com Sedielos e seu termo, porque até pelas Inquirições do século XIII se sabe que deu a metade reguenga de Vinhós a Gonçalo Pais. Sabe-se ainda entre muitas outras coisas que em Sá possuía haveres o Mosteiro de Ancede; o de Telões tinha casais de Alderete, defendidos do foro régio por D. Lopo Gato; e a própria Igreja de Sedielos tinha muitos haveres na sua paróquia: uns, doados pelos parentes de Gonçalo Pais, outros, legados por Soeiro Mouro quando morreu, de entre os quais avultavam dois casais reguengos, de que a igreja fazia foro à coroa.
Como atrações desta freguesia, de salientar a Ponte Cavalar, que muitos indicam como romana mas parece ser posterior, mesmo que pouco e a Mesa dos Mouros, uma enorme pedra furada por uma espécie de óculo, ou clarabóia, que parece penetrar perpendicularmente no solo em que repousa.